A arrogância do não pensar

Semana passada, no grupo de pais dos colegas do meu filho mais velho, começamos uma conversa sobre o uso de celular e tempo de tela dos filhos.

Qual seria o modelo e tempo ideal?

Em poucos minutos a conversa ficou bastante desvirtuada, e passou a ser uma troca de ofensas entre pais, cada um querendo provar o seu modelo e invalidando o modelo do outro.

Quando passamos a ser tão arrogantes ao ponto de pensarmos que ninguém discordará de nossas ideias ao logo de nossas vidas?

É claro que existem verdades indiscutíveis: um quadrado sempre terá quatro lados, um triângulo sempre terá a soma dos seus ângulos igual a 180 graus, um dia sempre terá 24 horas, e assim por diante...

Parece que pensar diferente do outro tornou-se um crime atualmente, sempre a mercê do julgamento do tribunal da internet.

Discutir ideias com pessoas que pensam diferente de nós, quando temos a mente aberta, só enriquece debates e fazem com que tenhamos cada vez mais repertório.

Ao levantarmos uma bandeira ou defendermos uma ideia, a principal pergunta que devemos nos fazer é: no longo prazo, estou defendendo algo que agrega ou estou defendo algo que me isola da sociedade?

“É evidente que o homem, muito mais que a abelha ou outro animal gregário é um animal social. O homem é o único entre os animais que tem o dom da fala. Na verdade, a simples voz pode indicar a dor e o prazer, e outros animais a possuem, mas a fala tem a finalidade de indicar o conveniente e o nocivo, e portanto também o justo e o injusto.”

Aristóteles

O ser humano é um ser gregário, faz parte de nossa felicidade nos sentirmos pertencentes a algo. Toda ideologia que defende a separação, o isolamento, o combate sem ganhos, é algo que não vale a pena investirmos tempo. Isso não fará a sociedade melhor.

Até a próxima.

Marcelo Alemi, o MonkeyStocks.