Na dúvida, tenha dólares

Porque sempre manter parte do seu patrimônio dolarizado.

O Dólar fechou nessa terça-feira cotado a R$5,59, alta de 15% no ano. É normal nos perguntarmos: mas por que eu não comprei Dólares lá no passado?

Jogue fora o arrependimento e entenda de uma vez: da forma que as economias, estadunidense e brasileira, são geridas, a tendência do dólar será sempre de alta. Então pare de pensar no curto prazo e foque no longuíssimo prazo.

Desde os anos 2000, a valorização do Dólar frente ao Real foi de 187%. O caminho não é tão linear, nesses 24 anos, em 10 anos o Dólar perdeu valor frente ao Real, e em 14 se valorizou. A média de valorização também é maior, 19,7% contra 12,5%.

Para entender o cenário entre Dólar e Real, bem como entre as economias dos Estados Unidos e do Brasil, é essencial analisar fatores como inflação, expansão monetária, políticas fiscais e monetárias, além do contexto econômico geral de cada país.

Quero falar hoje apenas sobre a Meta de Inflação.

O Federal Reserve (Fed) visa uma meta de inflação de cerca de 2% para os Estados Unidos, já no Brasil, a meta do Banco Central é de 3,5%.

Sendo a meta de inflação do Brasil mais alta do que a dos Estados Unidos, isso implica que, ao longo do tempo, os preços no Brasil estão projetados para crescer a uma taxa mais rápida do que nos EUA. Isso reduz o poder de compra do Real em comparação com o Dólar, resultando em uma expectativa de desvalorização da moeda brasileira.

Metas de inflação mais altas podem influenciar as expectativas dos investidores e consumidores. Se os agentes econômicos acreditam que a inflação será mais alta no Brasil do que nos EUA, podem antecipar uma desvalorização do Real. Isso leva a um comportamento onde os investidores procuram proteger seus ativos, movendo capitais para moedas mais estáveis como o Dólar, aumentando a pressão de depreciação sobre o Real.

OK OK, mas então, como eu saberei a melhor hora para comprar Dólares ou para investir em ativos atrelados ao Dólar? Você não saberá. Tire da sua cabeça a ilusão de “entrar no fundo” e “sair no topo”.

Meu conselho é que você tenha em seu portfolio sempre uma boa parte do seu capital dolarizado. 20%? 30% 50%? Isso dependerá do seu perfil de investimento, essa resposta só você pode encontrar.

Comece aos poucos, use a metodologia DCA, para uma exposição suave, sem sustos, diminuindo a volatilidade dos seus investimentos.

Atualmente as opções para investir fora do país são diversas e muito fáceis. Diversas corretoras e bancos oferecem esse tipo de serviço praticamente sem custo, é tão fácil quando investir no Brasil.

Além da diversificação de moeda, o mercado americano oferece muito mais opções de investimento quando olhamos para ativos de renda variável.

NYSE e Nasdaq somam mais de 5.500 empresas, contra pouco mais de 400 empresas da B3. Além disso, sendo bem pragmático, nossa bolsa basicamente é composta de commodities, varejo, bancos e estatais. Se quiser investir em tecnologia, inteligência artificial, serviços de saúde, lá é o mercado.

Caso você seja do time da “Renda Fixa” também é possível comprar títulos do governo americano ou títulos privados, conhecidos como bonds. Alguns estão pagando juros de 6% ao ano, o que não é comum, pode ser uma janela de oportunidade.

Entenda, seja na cesta básica, no pão francês ou no carro elétrico, nossa vida está atrelada ao Dólar. Ter investimentos dolarizados aumenta a sua segurança.

Até a próxima. 

Marcelo Alemi, o MonkeyStocks.